EXPOSIÇÃO . MAURO PIVA
MAURO PIVA
Curadoria: Rejane Cintrão
Período: 2017 - Encerramento: 07 de outubro de 2017
Livre para todos os públicos
Esta exposição reúne diversos trabalhos do artista Mauro Piva pertencentes à coleção Dulce e João Carlos de Figueiredo Ferraz, incluindo algumas aquisições realizadas recentemente.

No primeiro semestre deste ano, mostramos uma série inédita deste artista nesta mesma sala, onde reunimos delicadas aquarelas e minúsculas esculturas, tendo como objeto de inspiração joaninhas.

Dessa exposição, permanecem três trabalhos (um deles uma série composta por diversas aquarelas) que foram remontados ao lado de outras quatro obras de outras séries. O objetivo é mostrar a diversidade do trabalho deste exímio pintor e aquarelista, verdadeiro mágico em enganar o olhar do espectador.

Tomemos por exemplo as duas obras em guache, grafite e lápis de cor sobre papel, pertencentes à serie Post-itesquema (título que faz referência à série Metaesquemas do artista carioca Hélio Oiticica) e datadas de 2013 onde imagens que parecem post-its enganam os olhos do espectador inexperiente. A princípio, podemos pensar que são post-its colados sobre papel mas, se prestarmos atenção, veremos que são desenhos. Esta antiga manufatura chama-se tromp l’oiel (numa tradução literal: engana os olhos) no mundo da arte e da arquitetura. Muitos artistas, desde a Grécia antiga, utilizam este tipo de técnica que usa imagem realística para criar ilusão de ótica, levando o espectador a acreditar que o objeto realmente existe em três dimensões. Além da referência à obra de Oiticica, Mauro Piva cita dois outros artistas por meio do titulo das obras: Willis I (Willys de Castro) e Volpi I (Alfredo Volpi).

Em grande parte de suas séries, Piva faz referência a outros artistas da história da arte, como nos dois exemplos citados acima. A pintura em acrílico sobre tela intitulada Máscara (Mondrian 4), datada de 2013, Piva aplica a mesma ideia, nos enganando sobre um suposto resíduo deixado por fitas crepe utilizadas pelo grande pintor holandês Piet Mondrian (1872-1944). Utilizada por muitos artistas do período da arte concreta, a fita crepe serve de guia para a pintura de obras geométricas. Neste caso, o espectador é novamente “enganado”. O que parecem fitas crepe utilizadas em alguma outra pintura e coladas sobre tela, ou que seriam resíduos de uma “verdadeira” pintura, são, na verdade, pintura sobre tela.

Já na obra Homenagem (teste de cores J. Albers) VII, datada de 2016. Aqui, o artista “refaz” um teste de cores (hábito comum entre os pintores) do artista Joseph Albers (1888-1976). E, novamente, o espectador fica intrigado: seria este um verdadeiro teste de cor de Albers? É uma cópia de um teste de cor de Albers? Ou ainda: existiria este suposto teste de cor de Albers que Mauro Piva habilmente refez?

A arte nos leva a pensar em muitas questões. Frequentemente, também, faz referência a ela mesma ou ao próprio artista. Este é o caso da série das joaninhas de Mauro Piva onde Piva “retrata” seu processo artístico. Em cada uma das aquarelas apresentadas na série Todo um processo (joaninha, registros e testes de cores) o generoso artista nos desvenda cada etapa de seu trabalho. Mas só o espectador muito atento perceberá a sutileza de cada uma destas aquarelas.

Rejane Cintrão
Post-itesquema (willys I), 2013
Guache, grafite e lápis de cor sobre papel
42,6 x 49,8 cm
Homenagem teste de cores J. Albers VII, 2016
Acrílica, aquarela, lápis de cor e grafite sobre papel
41 x 31 cm
Rua Maestro Ignácio Stábile, 200 | Alto da Boa Vista | Ribeirão Preto | SP | Brasil
Terça a Sábado, das 14h às 18h | Entrada Gratuita
+55 16 3623 2261 | +55 16 3623 2262
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